Game Review - Journey

Desenvolvido pela That Game Company em combinação com a Santa Monica Studios, Journey, exclusivo da Sony, é uma prova concreta de que os jogos podem ser obras primas dentro da Arte como um todo.

Muito bem executado e otimizado, explora todos os recursos gráficos existentes tornando-o belo. Sua simplicidade de execução e o vazio que se expande por todo lugar permite que esse nível ser alcançado.

Antes de entrarmos aos aspectos mais "técnicos", quero passar com vocês alguns pontos essenciais a serem elencados :

1. Em seu site, a desenvolvedora coloca como prioridade em seus jogos o fator artístico, ou, como eles mesmo descrevem: 

"Na That Game Company, nós projetamos e desenvolvemos video games artisticamente feitos e amplamente acessíveis que empurram as fronteiras do entretenimento interativo. Nós respeitamos nossos jogadores e queremos contribuir com significantes, enriquecedoras experiências que os toquem e inspirem.
Nós buscamos talentos que valorizam integridade e crescimento pessoal junto a um ambiente intenso de colaboração e experimentação. Nossa missão: Criar entretenimento interativo atemporal que faça mudança positiva para a psique humana global.
2. Ou seja, caso vocês estejam a procura de um jogo com incríveis mecânicas, movimentos super complexos com múltiplos itens e escolhas que o jogador pode fazer/customizar, com verias quests e assim por diante… você não irá se encontrar aqui.

Apesar de muitas empresas e produtoras dedicarem seus esforços para criar um game cheio de beleza e "frufrus", poucas são aquelas que te marcam de alguma forma e te fazem dizer “Isso é fantástico”. Journey é uma dessas exceções. 

De início ao fim você se surpreende pelas sensações que ele te passa, seja no deserto com o sol refletindo em suas areias, te guiando com aquela calorosa cor que é o vermelho, similar a luz de sonho, até a solidão, mórbido frio da neve e do azul e branco que impregnam todo o cenário. 
3. A simplicidade de como o jogo em si funciona é marca fundamental para que se possa aproveitar aquilo que ele tem a oferecer. Poucos comandos que não te prendem em mecânicas, apenas aquilo que é fundamental, permitindo que você se encontre e aprecie a experiência proporcionada, que ainda mais aumentada quando você se encontra com outro jogador (falaremos disso a diante) e ambos seguem viagem até o final, criando uma ligação entre ambos, demonstrada quando ambos se aproximam, seus símbolos brilham e recarregam a energia necessária para voar, p.ex,  sendo então pensado que o game DEVE ser jogado por multiplayer online.

4. Durante boa parte do game as coisas se revelam de maneira instintiva para nós, geralmente destacadas com a presença dos mantos/trapos vermelhos, tão confortáveis aos olhos, que se destacam e indicam o caminho, além de nos dar uma sensação de alento. A beleza de Journey se encontra nos pequenos detalhes que você nota durante a jogatina, seja no ambiente em meio a edificações a muito destruídas seja nas carcassas de autômatos, seja nas formas em que os mantos tomam e tornam cada nível único.

Enredo:

Ele é extremamente sutil e contado nas cutscenes na forma de imagens, onde uma entidade, que chamaremos de Ancião conta o que aconteceu até o presente momento de Journey.

A história é a seguinte: uma civilização veio dos céus devido o poder dos Símbolos que criou toda a vida no planeta; essa civilização se utilizou desse poder para crescer e prosperar, mas chegou um ponto em que esses Símbolos se tornaram escassos causando uma crise e, em seguida, uma guerra entre os membros dessa civilização, construindo máquinas. No fim, essa civilização acabou-se, restando apenas escombros, destroços e lápides pelo deserto e montanha.

Mecânica:

Extremamente simples e fácil de ser compreendido, se resume em: vôo, sons e movimentação.

O vôo se utiliza de energia que você carrega, sendo ela disponível toda vez que você entra em contrato com símbolos ou outros mantos (que carregam símbolos, diga-se de passagem) que você encontra durante as fases, permitindo que você flutue por certo período de tempo, a depender do comprimento de seu manto (ele aumenta a cada novo símbolo que você adquire). Há momentos no jogo que levam o vôo, esse elemento tão gracioso e incrível de ser usado, ás últimas consequências, explorando-o em níveis inteiros.

Os sons é o único meio de interação com as fases e outros jogadores, pois é ele que permite que você utilize os mantos e outras coisas sem a necessidade de encostar neles. Cada jogador possui um símbolo único entre si que o identifica durante toda aquela jogatina, alterando-se ao completá-la. Esse também é seu único meio de “comunicação” para com os outros jogadores

A movimentação é simples: você pode se movimentar por todas as direções; não é possível pular, os trechos que necessitam de pulo o próprio personagem pode fazer ou então usa-se o vôo para tal.

Os outros jogadores você encontra conforme você joga de forma aleatória, e você podem se encontrar dentro de um mesmo nível e continuar desse ponto em diante até o final do game. O envolvimento que alguns tem é intenso pois o jogo transmite, além de beleza e arte, um sentimento de solidão e abandono que cria um vínculo entre jogadores, em que eles se auxiliam e se aproximam durante toda a jogatina.

A música instrumental é belíssima e transmite tudo o que é necessário para que você se envolva com o jogo.

Veredito:

Em poucas palavras, é um jogo que te oferece uma experiência única que confere uma mistura de emoções e sensações, cumprindo com o objetivo da empresa. O jogo é linear e objetivo, curto (não mais que, no máximo, 2h), mas gratificante e recompensador na medida em que você se envolve e se diverte com ele.

Sem dúvidas, é um exclusivo que se destaca e é altamente recomendado por nós.


Journey
10.0/10.0 Moedas
Obra Prima
(review feita no PS3)


~Colher

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