Collateral Beauty (Beleza Oculta): Diga-me o por quê disto?

Sua vez: Diga-me o seu “Por quê”, David Frankel!
Namore Harris e Will Smith
Com um elenco incrivelmente forte, porém pouco utilizado, um roteiro que entrega o que esta por vir e míseros 97 minutos de trabalho, há uma tentativa desesperada, porém divertida, de atingir aos telespectadores e aos críticos do Oscar.
Howard Intel (Will Smith), um grande publicitário de New York que leva uma vida esplendida, entra em uma profunda depressão quando sua filha de 6 anos morre por uma rara doença. Após um longo período de sofrimento, Howard começa, então, a escrever e enviar cartas aos “cosmos”: Amor, Tempo e Morte. Sem esperar que fosse respondido, o abalado Intel recebe visitas destas “entidades".

AVISO DE SPOILERS

Edward Norton; Kate Winslet
e Michael Peña
Anunciado através de propagandas como um filme repleto de frases marcantes, belas histórias e um plot cheio de mistérios e descobertas, temos, na verdade, um longa cuja boa parte das mais marcantes frases são utilizadas apenas em seus primeiros minutos, histórias deverás repetitivas e apelativas, juntamente com uma narrativa que entrega todas as peculiaridades que fariam o filme tornar-se, no mínimo, misterioso.
David Frankel, o diretor, não traz seu melhor trabalho. O filme praticamente consegue chegar a algum patamar pelo excelente, porém forçado, elenco. Diversas cenas importantes e de peso na narrativa tem seus efeitos cortados por piadas ou pelo ambiente natalino, ao qual Frankel insiste em deixar presente por mais inconveniente que seja. O diretor não apenas impõem este “Conto de Natal” (Referência ao conto clássico e diversos filmes já feitos), como também faz com que todos os problemas dos personagens estejam relacionados direta, ou indiretamente, com crianças. Howard e Madeleine perderam a filha; Whit é detestado por sua filha, Simon esta com uma doença e teme pelo futuro de sua esposa e crianças, Claire, por fim, deseja ter um filho, mas não consegue engravidar. Em suma: Um roteiro apelativo para atingir ao telespectador.
Helen Mirren; Keira Knightley e
Jacob Latimore. Os "Cosmos"
Logo no início, todas as impactantes frases de Howard Intel mostradas nos trailers são ditas. Toda a misticidade das entidades “Amor”, “Tempo" e “Morte" é perdida quando se revelam, logo de início, atores contratados para tentar ajudar o publicitário. Howard possui três amigos, e cada um relaciona-se de forma diferente com as entidades, tornando previsível a misticidade, até então negada e quebrando todo o clima mágico trazido nos trailers. Todos os locais em que Howard visita durante seu período de dificuldades tem algo relacionado com seu passado, por tanto, quando a narrativa revela que Madeleine (Naomie Harris), líder do grupo de ajuda a pais e mães que perderam seus filhos precocemente, foi parte importante da vida do, publicitário também não há surpresas.
Até então, roteiro e junção de cenas apelativas. Mas citemos o ponto forte do filme: O elenco. Apesar de mal explorado no roteiro, eles conseguem fazer com que o filme flua de maneira consistente. São a chave para o salvamento do longa.
Os maiores destaques são Will Smith, interpretando Howard Intel, e Helen Mirren, como Brigitte / Morte. O primeiro faz apenas mais uma amostra de suas grandes habilidades de encenação. Chora com convicção, quando necessário, e atinge o público. O sentimento de dor no personagem é sentido na pele do ator. A segunda, rouba cena. Mirren impõe-se perante o público como uma atriz e também como uma sábia.
Will Smith e Helen Mirren
Jacob Latimore, atuando como Raffi / Tempo, poderia ter sido melhor. Interpreta um jovem teimoso, porém não com tanta convicção. Pode-se dizer que Mirren rouba a cena sendo tanto a líder como a teimosa do “Trio Cosmos”.
Os demais interpretam papeis que não fazem jus aos seus respectivos níveis de atuação. Dentre eles: Edward Norton, como melhor amigo de Howard, Whit Yardshaw; Keira Knightley, como Amy / Amor; Michael Peña, como Simon Scott; Kate Winslet, como Claire Wilson e Naomie Harris, como Madeleine.
Um elenco muito pesado, intenso e mal aproveitado, principalmente para 97 minutos de tela divididos entre todos estes grandes nomes.

Edward Norton e Will Smith
CONCLUSÃO

Com belas propagandas, e uma tentativa desesperada de conseguir um Oscar, o longa apenas vale ser visto pela brilhante atuação de seu muito mal aproveitado, e exagerado, elenco. Apenas graças a esses nomes, as emoções e mensagens que o trama tenta passar conseguem ser transmitidas, de leve, aos telespectadores.

3/10 Estrelas
- Orelha;


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Um comentário:

  1. Bom, eu gostei de sua crítica, porém eu sou um grande fã dos filmes com Will Smith e devo dizer que eu realmente adorei esta estreia. A verdade o filme foi uma surpresa pra mim, já que foi uma historia de drama muito criativa que usou elementos inovadores. Também teve protagonistas sólidos e um roteiro diferente. Muito bom.

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